sexta-feira, 26 de abril de 2013

NÓS, E A PRAÇA...




O que fazem aquelas pessoas se ajuntando na praça?
Angariando opiniões, discutindo assuntos, propondo mudanças...
Suponho.
Mas será possível? 
Quantas outras tantas praças não foram juntadas, com o dobro de pessoas, todas com as maiores boas intenções, marchando em verborragia, ou marchando de fato - sempre em círculos, parece - para fazer do mundo um lugar melhor...
A história humana poderia se resumir a uma praça
Com um bando de nós a juntar-se, a darem as mãos, a gritar em uníssono
E milhares de bandeiras, tremulando ao vento, com nossas inventivas progressistas.
Recolho-me.
A minha reivindicação é na solidão, e pela solidão
Na certeza dessa condição de profundo anonimato
Sem quem me represente
Sem que me seja preciso representar alguém...
Muitos diriam:
- Seu misantropo pessimista de uma figa! Ególatra extravagante aristocrata!
Devolvo:
Em que vossas aglomerações humanitárias puderam tirar-nos da miséria em que sempre estivemos?
É certo que alguns passos rumo ao conforto e à civilidade foram de fato dados,
Mas poderia listar milhares de outros retrocessos que vieram na carona de cada uma dessas conquistas públicas.
Ao querer reunir forças,
Viramos cegos
Tapados
Ditadores sem o perceber.
Prefiro investir na fraqueza
Essa que me foi dada sem que esforço algum houvesse
Contento-me em estar vivo, e a lidar da melhor forma possível com esse difícil desafio que é passar pelo tempo
Para isso é necessário mais coragem que inteligência
Coragem de vagar só
Talvez como a própria natureza nos ensina sem que saibamos ver...

...


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