quarta-feira, 24 de abril de 2013

INÚTIL, SOU...



Por mais fútil que pareça
Confesso:
Sou inútil, por isso o verso
Não ergo pontes
Não curo doentes
Livrar-te da cadeia não posso 
Tratar dos dentes?
Vá ao dentista!
Sou antes um malabarista
Equilibrando-me na lonjura da utilidade
É isso:
Na maturidade dessa minha idade
Confesso:
Perdi o direito, ou a vontade
De para alguma coisa servir
Mas, cuidado!
Quer se divertir?
Vá ao circo!
Lá tenho eu cara de Pedro-Mico?
Ora veja
Quando digo que sou filósofo do nada
Já tomam a mim por caçoada...

...

...

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