quinta-feira, 8 de março de 2012



O transito é um grande laboratório humanista, não? E se ao invés de acostamentos tivéssemos valas publicas? O sujeito apresunta no asfalto, depois de esmagar a cabeça numa colisão amistosa, e é imediatamente jogado nas covas abertas das laterais, deixado ao sabor dos abutres - como o Tietê fica logo ali, ninguém vai se incomodar com o perfume do budum. Não seria tudo mais simples? O pessoal do Samu deixaria de entrar em crise eufórica a cada volta do relógio e você, querido condutor, não correria o risco de se atrasar para servir cafezinho ao seu chefe - que é, obviamente, o que mais importa nessa história toda. Bom dia! Que dia lindo!

quarta-feira, 7 de março de 2012



Acho tão excitante testemunhar a virilidade desses machões que ultrapassam você a 200km/h. Dentro da cabecinha dessas montanhas de músculo deve haver um octógono cujos dois únicos neurônios: o 'Bibona-Master' e o 'Bicholinha-Centauro' não param de xingar um ao outro: "sua bicha!", "bicha é você!", "bobinho de uma figa!", "seu pai usa saia que eu vi!"... o resultado de tanto 'não-me-magoa-que-eu-faço-beicinho' é, por fim, a atracação física entre os duelistas. O produto de tamanho exercício de inteligência, cabível somente para os bem dotados, é justamente o movimento involuntário do pé no pedal do acelerador. Vruuuuummmm... lôcaaaaa!

sábado, 3 de março de 2012



São Paulo, minha cidade, é um inesgotável banquete de inspirações! Em seus lugares, senhores, a mesa está posta. Mas antes, um brinde! Clap, clap, clap! Queridos, levanto-me e proponho um pequeno brinde de sobriedade em comemoração a esse jantar de delícias inebriantes: nessa mesa ninguém se alimenta, todos se entopem; nessa mesa ninguém precisa fumar, cada um traga a fumaça da mesa vizinha; nessa mesa ninguém serve a si próprio, todos empurram goela abaixo o repasto que caiu no prato sabe-se lá de onde; nessa mesa ninguém precisa se dar ao esforço de falar ou de ser ouvido, cada um contribui com o seu grunhido pessoal para o barulho da música ao fundo; nessa mesa ninguém precisa se preocupar em beber, já que somente os bêbados são convidados para entorpecer o ar de delírios sem sentido; nessa mesa ninguém corre o risco de indigestão, afinal, sempre haverá um companheiro ao lado capaz de lhe oferecer um sal de frutas comprado na farmácia da esquina... nessa mesa não há economia de qualquer espécie, todos os que se sentam nela esperam se empanturrar até arrotar... nessa mesa... nessa mesa... nessa mesa, senhores, o jantar nunca acaba! Bon Appetit!