sábado, 3 de março de 2012



São Paulo, minha cidade, é um inesgotável banquete de inspirações! Em seus lugares, senhores, a mesa está posta. Mas antes, um brinde! Clap, clap, clap! Queridos, levanto-me e proponho um pequeno brinde de sobriedade em comemoração a esse jantar de delícias inebriantes: nessa mesa ninguém se alimenta, todos se entopem; nessa mesa ninguém precisa fumar, cada um traga a fumaça da mesa vizinha; nessa mesa ninguém serve a si próprio, todos empurram goela abaixo o repasto que caiu no prato sabe-se lá de onde; nessa mesa ninguém precisa se dar ao esforço de falar ou de ser ouvido, cada um contribui com o seu grunhido pessoal para o barulho da música ao fundo; nessa mesa ninguém precisa se preocupar em beber, já que somente os bêbados são convidados para entorpecer o ar de delírios sem sentido; nessa mesa ninguém corre o risco de indigestão, afinal, sempre haverá um companheiro ao lado capaz de lhe oferecer um sal de frutas comprado na farmácia da esquina... nessa mesa não há economia de qualquer espécie, todos os que se sentam nela esperam se empanturrar até arrotar... nessa mesa... nessa mesa... nessa mesa, senhores, o jantar nunca acaba! Bon Appetit!

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