segunda-feira, 8 de junho de 2015

Sou sempre eu...
Quando não sou eu
Sou eu dizendo:
Não sou eu!
Para todo o restante das ocasiões - não se preocupe! -,
Sou eu mesmo...


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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Fábulas: # O Salão de Chá e os Nobres Senhores de Fraques e Bigodes Pontudos...

Três nobres senhores de bigodes pontudos e trajando fraques sorviam cada qual em sua xícara uma infusão de chá de camomila no salão de chá aberto somente para ilustres senhores trajados com fraques e cujos bigodes haviam sido aparados nas extremidades formando pontiagudas pontas... E foi quando o teto começou a baixar. O tilintar do lustre que fazia balançar as delicadas gotas de cristal penduradas em delicadas armações de metal banhado a ouro não deixava mentir: de fato o teto do salão de chá aberto somente para ilustres senhores trajados com fraques e cujos bigodes haviam sido aparados nas extremidades formando pontiagudas pontas estava baixando. E baixava em ritmo constante, porém lento, sem interrupções outras senão os agudos tilintares das gotas de cristal do lustre que tremelicavam em uníssono, ora ou outra promovendo afinadíssimos choques sinfônicos que preenchiam o salão de chá aberto somente para ilustres senhores trajados com fraques e cujos bigodes haviam sido aparados nas extremidades formando pontiagudas pontas com o mais alto si bemol inscrito na escala cunhada pela clave de sol. O primeiro nobre senhor deitou carinhosamente a sua xícara ainda fumegante da infusão de camomila no pires que erguia espalmado no ar com a mão contrária e conjecturou que o teto começara a baixar devido a algum misterioso evento que por razões também misteriosas ocorria no andar superior, teoria que não foi absolutamente refutada pelo segundo nobre senhor que viu-se obrigado a interromper a ação circular que promovia com a colherinha de prata mergulhada no líquido quente a fim de espalhar em iguais proporções o açúcar despejado e disse que misterioso ou não o evento no andar superior que provavelmente era a causa do teto principiar a ameaçar a tranquilidade daqueles que lá estavam somente para sorver uma inocente xícara de chá de camomila era fruto, isso sem a menor sombra de dúvidas, da mente assassina de alguns elementos interessados em eliminar a paz que reinava naquele pacífico salão de chá e que mal algum poderia oferecer ao mundo senão adocicá-lo com o aroma campestre da camomila verde, teoria que não foi totalmente contrariada pelo terceiro nobre senhor que, antes de ser esmagado pelo teto junto com seus colegas trajados com fraques e cujos bigodes haviam sido aparados nas extremidades formando pontiagudas pontas, explanou a necessidade urgente de se buscar um acordo diplomático com aqueles que, no andar de cima, engendravam mecanismos misteriosos que faziam o teto baixar e promovendo, também, agudos tilintares das gotas de cristal do lustre que tremelicavam em uníssono.

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