domingo, 8 de julho de 2007

SALOMÃO VIROU SALAMINHO!

Quem diria? Finalmente aconteceu: sacaram o homem do ar. Já era sem tempo. Pesares. Ficaremos órfãos daquela voz rouca que desfilava um repertório de vaidades sem igual pelas manhãs da Rádio Cultura. O menino propaganda, travestido de erudito senhor de cabelos grisalhos à serviço das insatisfações morais e éticas do povo – só faltou a candidatura para algum posto no governo já que a política parecia ser o principal instrumento de autopromoção do Diarista Matutino dentro da Fundação Padre Anchieta – foi emudecido. Lástima. É o fim da feira livre, das propagandas de vinho – sempre regadas com floreios intelectuais de invejar, dos Jabás dos restaurantes finos – o sujeito não era daqueles que apreciava um cachorro quente na esquina, é o fim do cardápio de variedades que engordava e muito a conta bancária do Senhor de timbre sensual, agora pobre funcionário jubilado de suas funções. Pobrezinho!

Quem sabe agora seja possível reconhecer que o ilustre ex-apresentador fazia uso de um espaço, teoricamente destinado ao desenvolvimento educacional através da música erudita, para lecionar suas cartilhas de bom costume conjuntamente com um hábil arsenal publicitário que o enchia de moedas preciosas. Salomão que antes era ÃO agora virou INHO. Bravo Markun! Que o povo tenha de volta a possibilidade de poder desfrutar de um canal que ofereça música de qualidade sem as interferências afetadas de garotos-propaganda do naipe das Casas Bahia que insistem em afirmar que o que fazem é em prol do engrandecimento cultural e intelectual do povo. Balela! Foi só tirar a bufunfa do Diarista que os argumentos de censura e perseguição vieram à tona – “Meus filhos! Clamai por justiça”.

Foi-se o tempo da arrogância, da prepotência em razão do benefício próprio. Salomão, que fazia questão de viver rodeado por belas mulheres na sua produção – “As Minas do Rei Salomão”, ingressos esgotados! - usa o argumento de que seu programa era o de maior audiência e o que trazia mais recursos para a Rádio Cultura. Novamente a justificativa de que o que “eu” ganho “eu” ganho em nome do povo. Se o nobre senhor estivesse um pouco interessado no crescimento da emissora na qual trabalhava dividiria sua gorda féria com os vários produtores e programadores que, depois de décadas dedicadas à Rádio Cultura, continuam ganhando migalhas para suster e engolir a empáfia de personagens como Salomão.

A habilidade oratória do ex-funcionário já começa a driblar as consciências e a transformar a questão em perseguição política. Grande sacada Salomão! Mas não são os russos que estão o perseguindo, a sua saída de cena é o resultado de anos de uma interpretação de ator canastrão. Por um tempo é possível ludibriar a maioria do público com caretas e frases carregadas de impacto mas, no final do quinto ato, alguns poucos espectadores atentos não compram mais tanta fanfarronice barata. As coisas caminham bem, Salomão arrumou as malas conjuntamente com outro Bufão dos picadeiros: José Roberto Walker, o ex-diretor da Rádio Cultura que, depois de demitir funcionários competentes especializados em música erudita, fazia seu Check-in para acompanhar a turnê internacional da OSESP na Europa, sempre à serviço da qualidade da sua emissora, claro! Fecham-se as cortinas! Bravo! Bravo Markun!