segunda-feira, 8 de abril de 2013

CONSCIÊNCIA...



Se o homem inventasse ser ele próprio um melodrama - assunto de capa e espada e vá lá mais o quê -,
A consciência seria a vilã, sua parte má, toda disfarçada de fiel escudeira
Porque ela, a consciência, a ele trai, sem pena
Fazendo-o crer no herói que afirma ser, coisa que só ele vê e ninguém mais.

E aí está todo o veneno dela, a consciência:
Imprime ao seu dono uma imagem imaginada, apertando-o num figurino de ridículas costuras -
Mata-o feliz, numa trama que a ele não condiz...

Saber quem se é não é tarefa fácil -
Do espelho a consciência foge tal qual diabo da cruz -,
Porém, dificuldade maior é entender quem não se pode vir a ser
Ajustando as medidas aos contornos que a providência lhe coube ter...

A consciência é essa megera de hálito doce que produz farsas
Usa a razão para justificar o que nunca houve por mérito merecer

E assim fazemos da vida esse teatro de canastrões
Um desfile de máscaras em constante desequilíbrio
Só visível a quem por cuidado ousa ao palco descer, e, por um instante
Como espectador permitir-se viver...

...

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