segunda-feira, 8 de abril de 2013
ATOR...
Este livro que tenho comigo
Alguém o escreveu
Um autor, agora vejo
Que há tempos se foi
Morreu
E de herança aos que ficam
A essência que lhe coube ver da vida.
Permanece eterno
Presença sempre enaltecida...
O mesmo com o pintor,
Escultor,
Arquiteto também -
Artistas do convite ao tocar
Seu testamento é documento
Visível e sempre aos olhos atento...
E quanto a mim, que vivo morrendo
A cada noite adoecendo
Sem promessa de registro haver
Desse que ao palco faz-se ver?
O ator é esse ser:
Empresta-se ao morrer
Quando dele se lembra é na memória
Daquela que outrora fora uma boa história...
Mas, então, penso resignado
Que melhor jeito de ser admirado
Senão pelo esquecimento?
Emprestar-me a leituras de outros?
Ser tocado por mãos alheias?
Visto e revirado por olhos indiscretos?
Que tormento!
E tudo isso sem a minha anuência? -, já que daqui estaria longe há tempos...
Ora, tenha santa paciência!
Misturo-me com prazer à poesia que termina
E feliz contento-me em morrer junto a ela a cada dia
Meu orgulho, agora entendo
É não prometer pista ou salvação
A todos que depois de mim
Enfim
Permanecerão...
...
...
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