terça-feira, 12 de março de 2013

Veredicto...



No júri da vida
Ou convences
Ou és convencido
Sejas tu culpado 
Ou absolvido...
Não chores, caro amigo
Destino inexorável 
Tanto quanto (verdade seja dita)
Abominável:
Uma vez nascido
Compelido estás
Ainda que não queiras
Na jangada da fortuna
A remar...
Entre vênias e conluios
Acreditas provar
O belo destino
Que mereces teu navegar...
Mas das causas justas não és autor
No máximo um mascarado portador
E se queres porto seguro
Não és para este mar
Senão para aquele outro
Que antes exige o naufragar...
Porque a verdade (outra vez) é esta:
A vida é uma causa indigesta
Dos inocentes rindo sem dó
Só livrando das tormentas
Quem parte desta pra melhor...
Assim, livro-me do peso de acusar
Ou provar-me ileso
Se ao mar não há como escapar
Antes içar as velas da poesia
Sei lá pra onde encontro lar...
E se quiseres, venhas comigo
Mas já aviso:
Não fundarei contigo país algum
Disso estou convencido
Minha parceria é de vagares errantes
Suba à bordo e sejas também
Como eu
Um viajante...


...

...

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