quarta-feira, 20 de março de 2013

EVOÉ...

 
 
Sobrou-me uns incensos
De unguentos, tô cheio
Perna amputada de Saci
Cabeça fumegante de mula
Alho-porró de vampiro da Romênia...
Tenho tudo comigo!

Fumego os cantos
Bato na madeira
Dou férias pra fantasma
Se tu tens asma, hospital!
Meu nicho é o espiritual...

Meu currículo é rico
Trabalho é de tudo quanto é tipo
Desamarro e amarro num instante
Sequestro o sapo e lhe sapeco costura no beiço
Com barbante (isso é o mais importante!)
Tenho aval do Ibama
Me locomovo em cima duma lhama boliviana
Ana, é o nome dela
Tão linda ela!
Ana me ama...

Sou a mãe Dinah de terno e gravata
Sou a versão jovem-albina do preto-velho...

Tiro tua cachumba com macumba
Saravá-Macu-Lelê
Qué vê?
Paga que tu tens
Me repassa teus bens
(Incluindo aquele lindo Mercedes-Benz)
Pra mão de vaca jogo olho gordo
Cê que sabe...

Viro nega da encruzilhada
Devolvo namorada
Farofa na feijoada
Empacoto quem te deve
Boto tu num ultra-leve
Ah se tu se atreve a duvidá
Invoco logo a Iemanjá...

Tua mão eu leio
Fiz curso disso no estrangeiro
Se tu tomas café
Jogo a borra na xícara pra ver o que é que é
Aliás, o que é um ponto preto no milharal?
(Resp: O Emílio Santiago que acaba de se juntar ao Saramago)

Sou mago!
Pobre do Coelho, não o Pernalonga
O Paulo
Alquimista de esquina!
Meu falcão é maltês
O dele é do Paraguai
Meu teatro é na Jaceguai...

Faço mapa dos astros
Tiro letra do teu nome e ponho outra
Só pra dá na mesma e rimá com Pirajá
Mas na mesma não dá
Senão num tenho como me sustentá...

Enfins
Tu sabes onde me encontrar
Mas andas logo
Senão nas mandingas eu me afogo
Pior pra tu...
Sabe como é
Volto pra puxar teu pé...

Axé, candomblé, picolé

...

...

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