segunda-feira, 11 de março de 2013

As idiossincrasias rugais dele que, de ruga em ruga, acabou enrugado... Ou, antes, com rugas ou sem rugas, acabou e pronto...



Começou com uma verruga...
Com o tempo, a verruga virou ruga,
Uma ruga inocente, 
Uma ruguinha de nada...

Depois, de engruvinhação em engruvinhação,
Enrugou-se por completo...

Era tão enrugado quanto um pescoço de tartaruga secular, daquelas companheiras de travessia do renomado naturalista Charles Darwin...

Era praticamente um pavimento multi-asfaltado de curvas e atalhos que iam e vinham sem nunca acabar, ou dar em algum lugar...

Inveja aos focinhos de claros contornos,
Que só farejavam aquilo que um palmo à distância oferecia ao olfato...

Ele não!
Seus sentidos apontavam para todos os lados,
Cheirava, via, degustava, tocava e ouvia ao mesmo tempo e numa conversa fragmentada como se as rugas o convidassem a multiplicar as parcelas de vida que sentia...

Nada nele começava ou terminava,
Estava, antes, no meio
Uma encruzilhada de destinos
Todos embolotados no semblante que o viver lhe outorgara...

Um dia, depois de tudo enrolar,
Deu um nó na única coisa que não podia:
Na vida...
E morreu
Dessa vez reto
E sem direito a veto...

...

...

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