segunda-feira, 25 de março de 2013

Lá para trás...



Tristes rumores dos capins que já não existem mais,
Do vento que só sabíamos ventar porque havia galhos com quem conversar...

Tristes sabores das árvores,
Tantas e quantas havia nos quintais dos meus alegres dias...

Tristes memórias da terra encharcada,
Hoje seca por debaixo dos negros lençóis de piche...

Tristes andanças sem a esperança de voltar a andar com aquela calma de quem escolhe quando voltar...

Tristes sensações dos cheiros que nos davam a visitar,
Da natureza trazendo um coquetel de misturas...
Como de novo torná-los meus?

Tristes suspiros de um tempo de silêncio cujas horas avançavam lentas, e os anos duravam a passar...
Hoje, passo sem durar
Ou duro para não ter que ver o tempo passar...

Tristes saudades da minha infância,
Calma serena de quem jovens os pais ainda tinha
Promessa fingida de eternidade nos amores
E que agora inventa outros odores,
De um agora pesado que resiste em caber
A mim que insisto em sofrer
Lembrando do que comigo carrego sem ter mais
Só vivo quando olhando
Ao que vive lá para trás...

...

...

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