quarta-feira, 19 de junho de 2013

R-E-V-O-L-U-Ç-Ã-O, mérrmão!


Ah a clarineta!
Que lufadas de vento!
Dedos em riste!
Ataques precisos!
Ouvidos atentos!
Cuidado com ela!
Mas sem perigo de sair ferido!
É a clarineta, meu amigo!
Essa não fere!
Não é baioneta!
Sua pólvora é a prova!
De que fogo não se cura com atadura!
Lê-se escrito!
Na partitura!
Com ela se vai avante!
R-E-V-O-L-U-Ç-Ã-O, mérrmão!
Front tem de mont!
Com violinos na labuta!
Sacudindo o princípio da luta!
Sob os comandos de qual movimento?
O da batuta!
Ah a clarineta!
Aqui o passe é livre!
Teorias, conclames, piquetes?
Deus me livre!
Antes um banquete!
De arcadas e lufadas e repiques mudos!
Ou nada surdos!
Se por barulhos houver quem queira!
E como não?
Aqui o absurdo é abrir a boca!
Pra mastigar asneiras!
Calado! Ouça!
É a R-E-V-O-L-U-Ç-Ã-O, mérrmão!
Se o maestro é destro?
Vai saber!
Na orquestra se faz mestra!
A arte de nada dizer!
Venham, amigos!
Aqui o passe é livre!
Encontro com o prefeito? Revogação do não-sei-o-quê?
Ah, vá?
Bora um pouco se perder?
Venham!
Venham!
V-E-N-H-A-M! TUM! TUM! TUM!
Ei perua? Não se faça de Clitemnestra!
Venha ouvir a nossa orquestra!
Ei, senhor? Já já rebenta nosso tambor!
Ah! A clarineta!
Comecei com ela, termino com ela!
Mulher esguia de corpo alongado!
Militante aguda!
De cano furado!
É revolução que não se agita!
Saia dessa pasmaceira bendita!
E bora alienar-se um pouco!
Antes que saia dessa avenida!
R-O-U-C-O!
É a R-E-V-O-L-U-Ç-Ã-O, mérrmão!
Venham!
Venham!
V-E-N-H-A-M! TUM! TUM! TUM!
!!!
!!!
!!!

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