quarta-feira, 19 de junho de 2013

No meio, e mais nada...

Ah, o que é ser cidadão e o que é ser artista?
Ambos dão as mãos
Ou seguem distantes,
Cada um em uma pista?
O artista, sozinho
Enxerga o que mais ninguém vê
Ou faz-se ver no conjunto
Tratando de repercutir
O que há de importante no mundo?

"Ao perder o contato com a praça, com as ruas, com a comunidade, enfim, o homem perde o seu imaginário, abandona a fonte de sua cultura e diminuem, consideravelmente, a quantidade e a qualidade das experiências que podem ser comunicadas. Seu repertório de imagens, sem o acréscimo das imagens apreendidas no contato e conflito com outros homens, reduz-se àquelas geradas a partir de si próprio (os sentimentos) e advindas do contato e conflito com seu reduzido meio familiar e círculo social (moral). Os próprios sentimentos, sem o sadio conflito com a complexidade do mundo real, tendem a permanecer na superfície ou a se tornar idealizados. Ao abandonar as ruas o homem diminui substancialmente sua capacidade de aprender. O saber distancia-se do sentir."

Luís Alberto de Abreu
'A restauração da narrativa'

Oh, Deus!
Ou Dionísio!
Se daqui, da minha torre de marfim
Vejo o mundo juntar-se
Eu, que demoro a dizer: sim, junto-me também
Não sei como daqui desço
Ou se comigo pereço
Pro mal ou pro bem...
Enfim, emperro no meio
Entre a cruz e a espada
Se entrego-me ao que foge de mim
Descreio, já não valho nada
Se fico no que tenho, envelheço
No mesmo horizonte da minha mirada...
Enferrujei
Se é bom ou não
Não sei...

...

...

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