terça-feira, 11 de junho de 2013

Dos outros, me despeço...

Precisaria nascer de novo para ser um homem do povo
Um novo de mim que de orgulho munido
(Esse que sou é pra lá de reprimido!)
Batesse no peito, e cheio de frases de efeito
Disesse:
O povo unido jamais será vencido!
Vim ao mundo sem esse talento
Ainda menino, fase das revoltas
Fazia-me velho, sem aos urros rebeldes dar ouvidos
Hoje, adulto, continuo velho (e reprimido!)
Ou mais velho ainda - para além de Matusalém
Se me deixassem, jogaria dominó todo dia
Passando o tempo a ver escoar minha existência
Quanto a isso, creiam-me! Tenho de sobra paciência
O que não tenho são argumentos para aos outros me unir 
Sou desses que se ocupam demais com o existir
Acordar e dormir já são bandeiras suficientes
Fazer nada, então
Combate absoluto à corrupção!
Dizem que somos animais políticos
Também o sou (só o meu cão escapa da desgraça de ser… humano)
Pois então, sou desses políticos de palanque que ecoa
Prego para igrejas vazias
Danço em salões sem banda
Quando muitos concordam comigo
Discordo eu deles
Voltando ao vazio das incertezas…
Precisaria nascer de novo para me juntar aos outros
Por enquanto padeço (ou agradeço)
De reunir tantos em um só
E desses não compartilho, nem abro mão
A bem da verdade, não sei bem que são
Descobri-los quero, só isso
Essa é a minha particular
Revolução…


...

Nenhum comentário:

Postar um comentário