quinta-feira, 20 de junho de 2013

QUEM SE SALVA?

Entre mortos e feridos, salvaram-se os que lutam sem lutar
Lutando por revoluções outras
Com armas muitas
Mirando em alvos instáveis
Munidos de munições mudas
E por isso mesmo barulhentas
De tão surdas...
Salvaram-se os guerrilheiros covardes
E de coragem infinita
A cada dia morrendo em verdades perecíveis
Lutando por lados de fronteiras invisíveis...
Salvaram-se esses!
Os ausentes das batalhas campais
Mas que no campo sempre batalham
Na busca por entenderem-se como tais
A eles e ao mundo
Inimigo e amigo
Tudo junto.
Salvaram-se os que por serem salvos não se achavam no direito
Simplesmente os que levavam a mão ao peito
Não para cantar hino algum
Senão para ouvir o que não se ouve no grito alheio
Salvaram-se os que por heróis não se viam
Vendo aos seus não como aliados
Mas como condenados
A vagar sem nunca chegar
A despeito do quanto se ande
Em qualquer paragem
Miragem
Ou lugar...
Esses

Esses
Entre mortos e feridos
Ganharam o direito
De continuar
Vivos...

...

...

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