sexta-feira, 10 de maio de 2013

LÁ FORA E AQUI DENTRO...



A melodia já é a letra
Um foco de luz, todo um teorema
Um gesto, um movimento e basta
Algo a que se tocar já é algo
Um som também já é suficiente
Se quiser esbravejar
Intensifica e pronto, assim
Já e tão somente...

O verbo que agora sorri Já tarde chega
Há sempre um atraso em dizer o que se há para ver
Breca-se o tempo para especular
Perdendo o que os olhos
Antes vendo
Veriam antes
Sem desejos de guardar...

Por que explicar o que por princípio assim veio:
Matéria bruta de navegação constante
Ora um porto
Ora outro, lá adiante...?
Haverá quem explique tanta constância
Naquilo que estacionar abandonou
Por desejos de errância?

Mas como evitar o que agora vejo
Sem desdenhar desse nobre desejo
De cristalizar o momento
Dando ares de documento
Cuja assinatura minha deixo embaixo
Fazendo meu o que meu não nasceu sendo?
Agora entendo!
Se diminuo o que me sobra por entender
É para pouco ter
Um pouco suficiente que me faça contente
Naquilo que por mim descobri saber!
Sou eu o que vejo ao ver o que de mim parte vendo
E se te digo o que achei nessa busca
É para ter certeza se a mim soube encontrar
Saindo do que sabia ser para esse outro lugar...

Criar parte dessa angústia
De olhar para si já se abandonando
E quando se retorna ao que se foi um dia
Já é um outro seu
Que voltou já desejando
Um outro partir para recolher
O pouco de si que se há para ter
Assim funciona
Essa crua economia
Chamada escrever...

...

...

Nenhum comentário:

Postar um comentário