segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

POEMA DA MODÉSTIA QUE NUNCA TIVE... (?)


Quisera eu não ser tão genial assim
Para que dos normais que por gênio tomam
Nao visse mentecaptos de orelhas de abano.

Quisera eu despir-me do manto dos abnegados
Para que dos professores que por mestre entendem
Nao visse bufões de sapatos coloridos.

Quisera eu recusar a ceia dos sábios
Para que dos repastos por dedos lambidos
Nao visse salgadinhos de gordura saturada.

Quisera eu abandonar a pena dos profetas
Para que dos compêndios autografados por filosofia
Não visse receitas de auto-ajuda lacrimosa.

Quisera eu dar-te um prêmio
Por aprendiz que de mim se diz
E de reverência lhe rogar clemência:
'Ao meu leitor, com muito esmero,
Asno recalcitrante
Que por mim, doravante, tomaste por Deus
Todo sincero...

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