Sou como uma peça dentro de um tabuleiro cujo jogo não sou eu
As fronteiras que me oprimem são as mesmas que me libertam
Vejo-me
E só posso ver-me porque há pontos em que possa debruçar, beiradas sedimentadas de limites impostos - daqui de longe rogo ter uma visão privilegiada de mim
Sou quem sou: pequeno!
Estivesse eu na posição de senhor de mim mesmo e toda a liberdade que sei que tenho sumiria como matéria de um sonho enfeitiçado
Não!
A prisão que me encerra é a responsável pela minha alforria
O mundo é um teatro
E sei bastante bem que enredo nenhum depende desse pequeno e ínfimo personagem patético que sei que sou
Libertar-se é saber-se impotente
Tudo o mais é desvario
Onipotência fingida de quem mal desconfia que finge
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