Logo após derramar lágrimas em seu discurso de agradecimento
pela conquista do cobiçado troféu dos melhores do ano, o ator virtuose Alaor
Coimbra fora conduzido ainda emocionado ao patíbulo que ficava a poucos passos
do palco principal e, sem maiores cerimônias, enforcado aos olhos da numerosa
plateia. Os aplausos e assobios ressoaram ainda mais estridentes. A vaidade
escondida sob o falso véu da competência, segundo a lei da pequena cidade de
Monte-Sábios, era crime capital punido com o exemplo da invisibilidade eterna.
O troféu agora sem dono novamente pendia no púlpido dos agraciados e a espera
do ano seguinte quando um novo eleito receberia a graça do mesmo prêmio que por
rápidos instantes pertencera ao ator virtuose, hoje finado por méritos inegáveis,
Alaor Coimbra.
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