quarta-feira, 19 de março de 2014


Às personagens presto homenagem
Esse cortejo de fantasmas sem mãos com que apertar
Gente que por preguiça de aparecer ainda assim aparece
Mas num capricho de conveniência admirável 
Numa perfeita economia de equação ausente de metafísica
Quando são, são
Nada pela metade
Nada de rodeios ou subterfúgios que justifiquem sua importância!
São desimportantes! Não rogam desejos de permanência 
De nossa parte, nós a elas invejamos
E sendo fiéis a figurinos empolados
Vestimos sem saber a aparência da verdade!
Crentes sem nada ser, cremos que somos!
Elas não, as personagens
São mentiras e pronto
Sem fingimentos!
E quando cansam, desistem de ser
Simples assim
Sendo somente um instante em que por aqui puderam ter com que se haver
Uma lembrança de potência que nós, condenados pelo fardo da carne
Reverenciamos...
Quisera eu poder cumprimentá-las
Pensando bem, melhor não
Que permaneçam ausentes
Em sua perfeição!

...

...

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