quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A batalha das miudezas diárias...




Meditando sobre os dissabores dessa nossa triste vida, cheguei à conclusão de que vencer uma guerra é infinitamente mais fácil do que lidar com os pequenos entraves do cotidiano. Por exemplo, ontem estacionei meu carro bem próximo de uma pilastra, já imaginando que esse meu shape de faquir-do-rio-Ganges daria conta de se esgueirar para fora sem maiores problemas. Ledo engano... com metade do corpo já à salvo, eis que um pé resiste à tentação de abandonar o veículo e se engancha no vão entre a porta e a cadeira do motorista... ao tentar livrar o bendito cujo, meu bastonete de manteiga de cacau cai do bolso e rola galhofeiro para debaixo do automóvel (pequeno à parte: resgatar esse objeto era motivo de primeira ordem, tendo em vista que um cactus do Saara tem a pele mais sedosa e hidratada que a nossa, habitantes da capital da fumaça)... continuando, livro o pé e me abaixo para apanhar a manteiga fugidia e é aí que a mochila resolve despencar das minhas costas e espalhar todo o seu conteúdo no chão da garagem. Subo vivo ao meu apartamento e quando abro a porta a maldita maçaneta sai na minha mão... nem Winston Churchill saberia como consertar essa pequena peça da engenharia doméstica. Morrendo de fome, tento abrir um vidro de palmito que deve ter sido lacrado na época da santa ceia, porque mesmo evocando fervorosamente o espírito santo (ou o preto-velho do candomblé) a coisa insistia em permanecer fechada... resumindo, é muito mais fácil decolar no Enola-Gay e lançar uma bomba atômica no cocuruto dos comedores-de-sushi do que enfrentar a gincana diária da vida...

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