sexta-feira, 27 de abril de 2012





O ator mente, o ator é cínico, um canastrão de filme de faroeste, veste bigode de vilão e faz careta de inocente arrependido, contamina os outros e a si próprio com sua canastrice homérica, rola de rir com seu despudor desmedido a ponto de mandar uma banana para a realidade, o ator inventa em escalas exageradas, ultrapassa o limite do bom senso e do verdadeiro para inaugurar seu universo de princípios metafísicos, o ator é um alquimista de cinema-mudo, explode o laboratório e faz criar novos elementos. O ator é um inventor, um explorador que não se contenta com solos já habitados, o ator cria, inaugura, não tem e não deve ter qualquer responsabilidade com o verossímil... o ator é inverossímil, impossível e improvável, tudo isso por principio, desejo, necessidade e urgência!

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