sábado, 12 de outubro de 2013

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A travessura
A incompostura
O deboche irreverente
A acidez de quem deixa de crer, vertendo lágrimas
Descrente
O riso sem causa, ou abarrotado delas
Rindo de tanto rir, imprecar sem ter porquê 
No ato sem consequência, esvaziar 
Armar viagens de vento cujo destino não é chegar
Ou chegando, antes de pisar em terra
Naufragar
Indo sempre além do que se vê, mas vendo tudo de tão perto
Com os olhos de quem nunca se acostuma a ver 
Aquilo que por visto se dá sem força, bastando ser
E no fim nenhum desfecho
Porque o que se termina não é a vida, mas um jeito de por ela passar
Porque no fundo é isso: um palco enorme, de enredos diversos
Se um dia é tragédia, um fio tênue a separa
Da comédia
Na cadência dos dois extremos, existir
O sofrimento não é sumir
É não saber como chorar
Ou rir...

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