domingo, 11 de novembro de 2007

URGENTE! FUTURO PROFISSIONAL EM JOGO!


Para a Coordenadoria de RTv e ao nosso Orientador do Curso,

Gostaria de saber se mesmo eu, que faltei nas aulas de como segurar cabo - ofício de cabo-man, poderia me candidatar a vaga de auxiliar de câmera anunciada pelo nosso orientador do curso. Sei que terei de demonstrar talento, perícia e, principalmente preparo intelectual (criativo e artístico) para desempenhar a função mas, acredito, mesmo que deficiente na técnica, tenho todo respaldo acumulado pela bagagem cultural oferecida pela nossa faculdade. Acho que dou conta. Caso não possa me candidatar a esse emprego em específico, gostaria de saber se tenho direito a concorrer aquela vaga de camera-man. Não me lembro de ter frequentado a disciplina: "Ei, como faz pra ligar a câmera aí"? mas também acho que posso oferecer um trabalho qualificado - de um quase recém-formado em um curso superior, basta que alguém me ensine onde é que fica o "REC" do aparelho. Quanto ao resto, se me contratarem para ser o câmera-man do programa "Mulheres", acho que não terei problemas com a minha tremedeira congênita, fiquei sabendo que lá eles usam tripé para segurar a câmera, é verdade? Isso me tranquiliza mas, ao mesmo tempo, fico com medo de que o câmera-man que faça uso do tripé necessite de um curso de extensão (ou mesmo de mestrado) para exercer o ofício. Nesse caso eu não estou qualificado, infelizmente. Enfim, me respondam por favor. Eu garanto que sou o profissional ideal para a filosofia da empresa: tenho vontade, dedicação e, um dia, quero chegar ao topo: ainda vou curar os erros de concordância da Palmirinha.

Grato.

Francisco Carvalho, o quase-recém formado em busca de uma "excelente e efetiva oportunidade de terminar a faculdade com um emprego garantido na área que EU ME PREPAREI por quase 4 anos".

6 comentários:

  1. Caro profissional desesperado!

    Antes, boa noite! Agora, vamos ao que importa. Por que esta constatação? Seu diploma nada vale? Como não? Ah! Se bem entendi, funções de "cabo-man", "câmera-man" são muito simples, ofícios banais, não dignas de constar do curriculum do curso de Rádio e Tv; é isso? Como, depois de quatro anos de sacrifício, "segurar cabo"? Imagine - o "rec" da câmera - (esqueci, antes se comuta a chave "power" para a posição "on"...) onde, diabos, se oculta tão importante botão? Tripés, ora tripés: -aparelhos ortopédicos, ou tema para defesa de tese? Para que tudo isto? Cabos, câmeras, tripés, tudo... Quem os utiliza geralmente não tem doutorado, mestrado, bacharelado (é assim chamado o formando de curso superior?), nível médio, fundamental.., Às vezes, ler pouco sabem. Eu não! Tenho formação! Jamais ao cabo! Pertenço à criação! Sou DIRETOR, PRODUTOR, onde já se viu? Acionar o "rec" da câmera... Coisinha miúda, pois! Pois é, desesperado profissional de futuro incerto, é neste gancho do botão "rec" que eu apareço! Saem vocês das escolas, e a prática, esta a verdadeira escola, somos nós os "cabo-mans","câmeras-mans" que firmamos em seus "canudos" ( não se ofenda, afinal é tudo uma questão de demência, certo!?). Quanta paciência para ler este comentário para quê? Amanhã, desesperado profissional, nem na cara nos olhará, afinal não pertencemos à vossa casta, somos carregadores de cabo, empurramos tripés, não somos assunto do "importantíssimo" curso de rádio e tv ministrado pela "excelentíssima" Fundação Cásper Líbero.
    Pare de se desesperar e culpe seu coordenador de ensino. Ele sim o responsável por tamanha afronta na falta de ensinar onde fica o botão "rec"! Por isso, nunca quis o diploma, a formação, para não ter que constatar - embasbacado - que meus nunca mestres jamais “carregassem o cabo" e me ensinassem o valor das funções miúdas que existem atrás dos cabos e câmeras deste "mundinho" da televisão.
    Sorte no teu futuro incerto! E abaixo o "plug" do cabo da câmera!

    P.S.: só tomei contato com teu "blogger" hoje...

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  2. Querido profissional do ramo dos firmadores de canudos alheios (não se ofenda), estive ausente durante um bom tempo desse meu ofício de ruminante intelectual mas, em tempo, volto contente à minha página do blog para replicar seu inteligente comentário. Não tenho como não dar razão a você, abdicar da formação "pseudo-superior" desses tão conceituados cursos de Comunicação Social me parece ser um atestado inequívoco de sabedoria. Talvez, em minha ainda juvenil ingenuidade, eu tenha apostado mais uma vez em um fictício período de desenvolvimento intelectual e criativo. Em vão, trágica constatação. A Faculdade Cásper Líbero, meu nobre antro de saber, mostrou-se pior do que um curso técnico de fim de semana. Salvo algumas disciplinas que tinham como conteúdo a matéria geral do campo das Comunicações, todo o resto que se prestava a trabalhar especificamente o universo do rádio e da televisão pareceu-me tão útil quanto um panfleto de princípios fundamentais de como tornar-se um profissional bem sucedido no mercado de trabalho. Grande asneira.
    Quanto ao mais, me recuso a vestir essa carapuça da arrogância que você tão gentilmente sugere no seu comentário. Não acho que o meu diploma deveria servir para me gabaritar a ser um reconhecido DIRETOR ou PRODUTOR que delicadamente arrebita o nariz frente a turma de bóias frias dos técnicos e operadores. Eu acredito que o campo da comunicação é, antes de tudo, parceiro do pensamento artístico que, por princípio, não desmerece nenhum ofício quando o assunto é a criação. Acredito muito mais em um cabo-man criativo e inteligente do que em um diretor tacanha que não faz outra coisa a não ser enobrecer os egos alheios, reproduzindo as toneladas de asneiras que se vê por aí na área do audiovisual. Portanto, anime-se camarada! Não se deixe atingir pelo discurso amargurado de um mísero profissional diplomado! Você é superior, muito mais do que eu que sou formado em dois cursos superiores! Está bom assim?
    Agora, eu atribuo a minha teimosia instrumental que constantemente recorre a educação como ferramenta para meu crescimento profissional e humano porque ainda acredito que esse - a despeito de tanta baboseira - seja o caminho ideal para fugir da mediocridade que virou regra. Me parece que você é um privilegiado que encontra unicamente na prática o repertório necessário para se aprimorar. Eu discordo desse caminho e, aliás, o acho extremamente perigoso, tendo em vista que é muitíssimo fácil agarrar-se ao modelo vigente - aquele que enche os seus bolsos de dinheirinho - para acreditar que o que faz é digno de ser consumido. Será? Hummmm... difícil dizer. Nesse mundo que se esforça a cada dia para transformar até o ar que respira em mercadoria de barganha, fica difícil aliar a ética com a estética. E esse é o meu esforço: oferecer aos outros aquilo que acredito. Para tanto, faz-se necessário um constante exercício de aprofundamento intelectual que, a meu ver, só pode ser alcançado com a contribuição da educação. Talvez o simples fato de eu ter consciência de quão medíocre foi a minha formação me dê ferramentas importantes para construir o meu próprio caminho, aquele em que um dia terei autonomia de criação.
    Difícil explicar para você - um autodidata iluminado pelo monte das Oliveiras - o contexto da minha formação e o absurdo daquele depoimento do meu ex-coordenador de curso, oferecendo vagas excepcionais de auxiliares de câmeras. Mas, mesmo assim, me arrisco: não acha que um curso superior deveria estimular e preparar os seus alunos a investir em uma carreira que os capacitasse a desenvolver uma autonomia criativa logo de início? Ou você é daquela turma que acha que começando como cabo-man você conseguirá (depois de 30 anos e muitas paqueras nos chefes) subir na vida? Eu digo que me recuso a obedecer a essa última opção, acho um atestado de demência voluntária, me desculpe. Duvido que não me desse razão se soubesse que o seu desafio mais surpreendente como camera-man na Gazeta seria como filmar uma lasanha fumegante do programa da Palmirinha: Plongeé? Plano Americano? Close-Up! Upa lelê! Que vida saborosa!

    Salve salve! abraço!

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  3. Pela arrogancia, nem como contra-regra voce serve.

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  4. Cara vai se curar vc deve ser um péssimo profissional.....

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  5. Uh-la lá!
    Quanta homenagem vinda de um honroso Sr Anônimo... parece-me o caso de uma demissão por justa causa.

    Devo procurar os Recursos Humanos?

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  6. Toda conformidade vinda desses aí indica falta de uma coisa chamada: alma de artista. No formulário da vida marcaram o X na função: consumista acomodado que só morrerá depois de anos de trabalho e muita falta de ética com os "concorrentes" da área para enfim adquirir seu Tucson preto e finalmente poder desfilar com classe no trânsito de São Paulo. O mais engraçado é que deve achar essa vida difííícil...não aguentaria um dia na mente de quem enxerga a imagem que o observa no espelho.

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