Tal qual um cão amigo,
Levo-te junto a passear no que digo,
E na tua cega confiança não sinto perigo
De fugires das palavras que preparo para ti –
Guia de paisagens pensadas no cuidado de não perder-te de
mim.
E na ingenuidade do fiel escudeiro,
Torno-me teu melhor companheiro,
Sentindo tu o que aqui dentro eu também sinto,
Enovelando-te e enovelado que somos
Pelo mesmo labirinto.
- Mas não vês que minto, ingênuo leitor?
Inventando tudo o que há só para ao outro do lado oposto da
página enganar?
Ora, não te preocupes, deixe estar!
Qual outra beleza da poesia senão dar curso a um mundo que
nunca houve?
E se junto a mim estás também nessa brincadeira, sorte a
minha!
Que fujo da vida para fazer de ti minha cara companhia!
...
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário