quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
INVERSÃO DOS MASCARADOS...
Ora que diabo!
O mundo está fora dos eixos
A Plateia virou ator
Aplaudindo com vigor
A mentira que por verdade falhou
Antes mostrando o esforço do mentiroso por mentir
Do que a mentira na sinceridade do seu fluir
E assim inventa quem não é
Exatamente como eu deveria proceder depois da cortina subir
E agora, depois de cerrada,
Faço-me espectador da canastrice dos que de lá gritam 'bravo'!
Uma plateia toda entusiasmada?!?!
Enganadores!
Traidores!
Tomam o que a mim por direito pertence
Com um sorriso dos larápios nos dentes!
Ora que diabo!
Bravo! Bravo!
Bravo estou eu que bom enganador não fui capaz de ser
Obrigado agora a ceder
Elogios a quem deveria elogiar-me por dever!
Pois se estão a fazer o que desejaria no princípio que fizessem, mentem!
Deveriam era odiar-me!
Esse maldito canastra que falhei em acontecer...
Que diabo, digo eu!
E agora digo reto:
Que máscara estapafúrdia é essa que pensam vestir
E com ela esconder a verdade para fazer sucesso?
Devolva-a a quem dela cuida com esmero
E não me venham dessa fraude querer cobrar ingresso!
O teatro está fora dos eixos
O palco virou plateia
E a plateia virou palco
Recanto dos traidores-enganadores
E eu, mudo, a prestar-lhes louvores!
Quem eles pensam que são?
Rir da minha cara seria uma boa opção
Verdadeira, não mentirosa
Mas todo esse mar de palmadas em polvorosa?
Tranquem as portas!
Malditos comediantes salafrários!
Travestidos de coadjuvantes
Jogam-me ao fosso dos derrotados!
Vaiem, uivem
Chega de palmas!
Não há derrota mais dolorosa que o sucesso mentiroso
Duma mentira falha por verdade mal inventada
A plateia virou canastra
E isso já me basta
Bravo, digo eu!
Que belo espetáculo!
...
...
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