Se acusam-me de fazer da página carretel de palavras frívolas
Costura de enfeites de precária utilidade
E nesse verbo enovelado
Fugir da realidade,
Que culpa tenho eu se tudo o mais morre lento num abismo sem floreios
Face cru da vida que não admite rodeios?
Desse crime me liberto
Entortando o que de reto há
Por caminhos indiscretos
Tornando a curva um inventar
E para isso me alimento
Duma poesia de abastâncias
Essa que tapa dentro
Um não-sei-quê de extravagâncias
Abrir e
Explodir
Expulsando o aroma acre
Das coisas que são e continuam sendo
Um prato sem sal
Servido na mesa do real
...
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