segunda-feira, 4 de março de 2013
Adeus, Rio...
Justo eu
Filho do cimento
De amores indiscreto
Aos apelos do concreto
Justo eu
Rijo de movimentos
Certeiro no alvo do argumento
Eu que sou sempre reto
Nada secreto...
Justo eu
Esse quem sou
Com saudades do quem não fui
Já sou-me todo lamento...
Ah, Rio de Janeiro...
Adeus!
Despeço-me de tuas curvas
Mande lembrança ao sinuoso de teus dias
Recado deixei aos morros lá de cima
Olhai pelos debaixo
Para que deles não façam outros de mim
Caminhando assim
Sem a cadência da irreverência
Sê sábio
Oh parte afetada
Pelas setas da alvorada
Volte tão logo possível seja
Para que das dores veja
Um horizonte sem cinza nem prédios!
Oh, Rio de Janeiro!
Santo remédio...
De ti não aguento
De tuas curvas ciumento.
Adeus!
Até breve
Volto logo
Senão, já viu...
Entro em greve
...
...
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